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25/06/2014

[Curtas] Gênesis & Vanessa e Virgínia

GENESIS
Um livro que tratei de forma despretensiosa, livre.
Já percebi que essa é a melhor maneira de pegar um livro.
Anaximandra, sim essa de nome horrível, é uma jovem estudiosíssima, que tem uma queda por História e especialmente por Adam Forde, o homem que mudou tudo o que é conhecido na terra ao salvar a vida de uma menina à deriva no mar. Explico: a Terra basicamente foi devastada pela Peste ~e pela maldade humana ~, só sobrando uma pequena sociedade que se manteve afastada de tudo pela força da arma, para manter todos os infectados do lado de fora. Adam foi aquele que se permitiu tocar pela miséria de uma menina e a salvou da morte certa, ao tentar entrar na ilha. Esse amor de Anaximandra pela vida e importância de Adam a levou à um teste na Acadêmia – instituição que controla a sociedade. É esta prova que será descrita no livro, através das perguntas e respostas e da interação de Anaximandra com tudo o que estudou e sobre esse período conturbado.
Ok, a leitura desse livro foi um acaso acrescido de um contratempo. Comprei o livro em um desses surtos de compulsividade entre mim e a Saraiva e quando me pediram a troca dele pelo Skoob, decidi ler para optar ou não pela troca. É um livro curtinho – pouco mais de 170 páginas – e eu pensei “O que custa furar a fila e ver no que dá?!?”.
A leitura de início foi estranha pela minha falta de experiencia com distopia, embora não esteja certa sobre esse livro se enquadrar inteiramente no gênero, e com a evolução da coisa toda fiquei achando que seria só mais um livro que pretendeu ser uma descoberta aventureira. Mas o sr. Beckett conseguiu fazer um primor com a velha história de “colapso mundial” e “a terra está sendo destruida pelas mãos do homem”. Tem muito de papo cabeça, de filosofia e do porquê o ser humano é um traste tão ruim, mas o que me arrebatou mesmo foi o final. Fiquei alguns minutos descrente na vida.
Então, por favor, se pintar a possibilidade, deem duas chances à esse livro: a primeira o comprando, mesmo ele sendo fininho, com uma capa duvidosa e sinopse mediana – por sinal, achei que a quarta capa desencanta o brilho dele, desmerecido; a segunda é pegando pra ler, porque, convenhamos, essa vida está cheia de bons livros para serem consumidos e escolher um entre tantos não tá fácil.
genesis5genesis9
genesis (1)

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genesis (2)



Algumas das capas do livro que encontrei por aí. A que mais gostei foi dessa com o orangotango (não porque seja bonita, mas porque interage com o livro muito bem).Por favor, leiam e me agradeçam depois.







vanessa e virginia

Um outro livro curto que dividiu minha opinião, mas dessa vez entre boa e péssima leitura: Vanessa e Virgínia. Um romance baseado na história de Vanessa Bell e sua irmã Virgínia Woolf.
Confesso que nada conhecia da famosa Virgínia, imagine da irmã infinitamente menos conhecida, embora aparentemente excelente pintora inglesa.
O livro conta a história de vida das duas, sob a perspectiva da irmã mais velha, mais sensata e, aparentemente, mais moderada. Vanessa fala de seus ciúmes, dos cuidados e desejos das duas em serem excelentes em seus respectivos talentos e se acharem inferiores entre si. O livro conta com pequenos textos de diferentes momentos, que, embora sejam sempre o ponto de vista de Vanessa, falam da vida de Virgínia mais do que qualquer uma.
A infância é contada por uma pequena Vanessa, filha mais velha que gostaria de receber um pouco mais de atenção dos pais, mas que mesmo assim ama incndicionalmente a irmã. Fica claro seu amor e devoção por Virgínia desde sempre, já que ela sempre se mostrou de constituição frágil e saúde delicada. Nada de diagnósticos ou pretensão de contar a história da famosa autora, apenas uma irmã contanto sua história, essa foi a boa parte da leitura.
A brevidade das pequenas perspectivas foi o que me cansou durante a leitura, como se fossem pequenos lampejos das memórias de Vanessa, por vezes simples conversas ou descrições de alguma obra sendo produzida – que também comunicava o momento vivido – ou em outros momentos simples relatos da sua vida doméstica ou de seu casamento fracassado, com sucessivos amantes e decepções.
Li o livro às escuras, sem saber o que esperar – minha forma preferida de encontrar novos livros; apenas pela capa. A leitura me entreteve, mas acredito que esperava bem mais. É um livro inovador por tentar contar a história de duas personalidades britânicas romanceado, mas o formato com que foi feito não me encantou.
Fico com aquela sensação de “ame ou odeie” e acabo classificando apenas como uma leitura que me deixou curiosa por Woolf, mas sem me marcar de forma definitiva.


Assinatura Lilian 2.0

13/06/2014

As Peças Infernais (Cassandra Clare)

ALERTA DE CASO SÉRIO!

"O amor pode ser a magia mais perigosa de todas."
Minha nova obsessão tem nome! "As Peças Infernais" chegou do nada e virou minha perspectiva sobre os shadowhunters do avesso. A trilogia é maravilhosa e ouso dizer que bem melhor que os 5 livros (porque ainda não li o sexto) de "Os Instrumentos Mortais". 
Neste post vou explicar a relação entre as séries e tentar sanar algumas dúvidas que possam surgir eventualmente, sem spoilers. Qualquer coisa, se manifestem nos comentários. 
Acompanhem-me:

The Mortal Instruments serie
"As Peças Infernais" é o prequel da série "Os Instrumentos Mortais". Ou seja, é uma história que se passa antes da série inicial que contém os elementos da mesmo universo. 
"As Peças Infernais", diferente de "Os Instrumentos Mortais" que se passa em Nova York nos tempos atuais, se passa na Londres Vitoriana, no século XIX, e trabalha o que conhecemos anteriormente em TMI: caçadores de sombras que tem como função proteger o mundo e os mundanos de ataques demoníacos. Bem na superfície as duas séries trabalham basicamente a mesma coisa. O grande diferencial é: o enredo, os personagens e a ambientação. Ou seja: praticamente tudo. O ponto interessante: os personagens da trilogia "As Peças Infernais" são ancestrais dos personagens de "Os Instrumentos Mortais". E, acreditem, isso dá muito pano para manga. 

Vamos esclarecer séries e livros: 
Os Instrumentos Mortais - 6 livros (The Mortal Instruments): Cidade dos Ossos, Cidade das Cinzas, Cidade de Vidro, Cidade dos Anjos Caídos, Cidade das Almas Perdidas e Cidade do Fogo Celestial. 
As Peças Infernais - 3 livros (The Infernal Devices): Anjo Mecânico, Príncipe Mecânico e Princesa Mecânica. 
Porém, a ordem aconselhável de leitura é um pouco mais complexa. Os primeiros livros são: Cidade dos Ossos, Cidade das Cinzas Cidade de Vidro. Depois é recomendável alternar o prequel com o a história contemporânea: Anjo MecânicoCidade dos Anjos CaídosPríncipe Mecânico, Cidade das Almas PerdidasPrincesa Mecânica e Cidade do Fogo Celestial, que será lançado no final deste mês. Em algum momento no meio das publicações surgiu O Códex de Caçadores de Sombras, que é um livro histórico sobre todo o universo shadowhunter. Não pensem que isso foi aleatório, amigos. A autora é uma bruxinha do mal. Vamos constatar isso mais à frente.
A arte das capas brasileiras são iguais as da americana, só para constar. (Se tivéssemos hardcover eu seria mais feliz, mas ok.) 

Enfim, "As Peças Infernais" ~TUNCHZ TUNCHZ TUNCHZ~

The Infernal Devices serie 
A trilogia TID, como supracitado, se passa no século XIX, em Londres, e toda a ambientação é digna de nota: a Londres cinzenta, suja, com carruagens, cavalheiros de ternos, damas de vestidos, linguagem culta, inclinação para beijar a parte de trás da mão. Tem tudo! A narrativa é maravilhosa, sensorial e emocionante. Claro que também há os aspectos de humor. A autora foi impecável, do meu ponto de vista. Já li alguns clássicos da época e tudo se mostrou bastante crível; tirando o fato dos shadowhunters atrás dos demônicos, é claro. 
Mesmo com os elementos clássicos, a história pode ser apontada como steampunk. O termo "mecânico" dos títulos é imprescindível para o enredo. 
Tessa Gray é uma jovem americana que, após perder a tia nos EUA, parte para Londres atrás do irmão Nathaniel. Ao chegar na cidade ela é recebida pelas Irmãs Sombrias, duas feiticeiras que a mantém presa em um treinamento insano. Tessa descobre que tem o estranho poder de mudar de forma. Ela pode se transformar, literalmente, em qualquer pessoa; basta que tenha algo pessoal em que segurar. 
O tormento de Tessa não diminui quando descobre que está prometida em casamento para o Magistrado. Um ser cujo o titulo denota o poder que exerce no submundo com seus autômatos infernais. 
Tudo que Tessa não esperava era ser resgatada por um lindo rapaz cheio de marcas (ah, como esse termo é propício) que luta corpo a corpo com as Irmãs Sombrias. 
Sei o que vocês estão pensando. "Mimim lá vem romance mimimi". Sim, lá vem romance. Lá vem amor. Lá vem dor. 
Dor, amigos. Nem uma palavra melhor resume as relações nessa história. 
Ao ser resgatada por Will e uma equipe de shadowhunters, Tessa é hospedada no Instituto de Londres, onde a jovem e gentil diretora, Charlotte Branwell, faz de tudo para ajudá-la. Tessa passa vários momentos na defensiva, afinal, seu primeiro contato com estranhos em Londres não foi nada positivo. Porém, ela logo vai descobrir que essas estranhas pessoas, com hábitos singulares da etiqueta da época, são incríveis. 
Quero constar isso com muita clareza: todos os personagens de "As Peças Infernais" são incríveis. TODOS. Eles são fortes, cheios de personalidade e suas histórias são bem abordadas, diferentemente de "Os Instrumentos Mortais" onde o foco é no romance passional de Clary e Jace. 
Em TID, a autora vai dar um novo significado ao termo ~triangulo amoroso~. Sei que algumas pessoas estão cansadas disso. Não aguentam mais essa história de indecisão e team e panz. Porém-todavia-contudo, Cassandra Clare vai pegar o leitor e arrancar o coração fora com as mãos, à la Once Upon a Time. 
Vejam bem, o termo parabatai, nessa série, ultrapassa qualquer tipo de intenção romântica que a autora supôs propor.

Will e Jem são parabatai. Os dois são shadowhunters e, eventualmente, os dois se apaixonarão por Tessa. Porém eles estão dispostos a se sacrificar um pelo outro. Não consegui ver nenhuma sugestão homoafetiva entre os dois (antes que alguém pergunte), apenas a amizade mais incrível e linda que já tive o prazer de ler. 
Mas o que é parabatai? Ser parabatai é ser ligado irremediavelmente ao outro. É um selo. Um juramento.

"Você me é tão caro quanto a metade da minha alma. Eu não poderia ser feliz se você fosse infeliz. (...) Rogo não deixá-lo ou voltar após segui-lo: pois para onde você for, eu irei."
O termo parabatai é usado em "Os Instrumentos Mortais", mas só pude perceber sua grandeza em "As Peças Infernais". É impossível (caso tenhas um coração) não ficar tocado pela amizade dos dois. Tessa é apenas um elemento há mais. Ela não veio causar contenta ou ruptura, mas complementar. Os três se amam mutuamente, mas apenas um poderá ficar com ela. Eu queria cortá-la ao meio para dar sua metade para cada um. É impossível ter um team nesse caso. E é impossível não sofrer com o rumo que as coisas tomam. *Enxuga as lágrimas*

O magistrado é um cão. E ele é responsável pelo ar steampunk que a história tem. Suas criaturas mecânicas são assustadoras e implacáveis. Ele tem a intenção de criar um exercito de autômatos para combater os shadowhunters. As criaturas são do tamanho de homens adultos, cobertos com pele humana, com alguns órgãos feitos de mecanismos de engrenagens. Alguns conseguem até falar. Essa tecnologia ~futurista~ no ambiente do passado é descrita de forma genial e Cassandra Clare soube dar um ar sombrio que combinou muito bem com a proposta da história.
À priori, o grande questionamento é saber o que Tessa é e qual é a importância de sua participação nos planos do magistrado. Mas logo o leitor é enredado pelas complexidades dos personagens e das relações entre eles, o que dá uma super-valorização à história. 
Tudo nessa trilogia é incrível. Dentre vários elementos, há o modo como a ciência vai se desvendando aos olhos do leitor através de Henry, um shadowhunter inventor (e teremos acesso a algumas suas invenções na contemporaneidade de "Os Instrumentos Mortais", inclusive), a participação especial de nosso conhecido Magnus Bane, a forma como as relações se dão entre os personagens (não apenas entre Will, Tessa e Jem, mas entre todos!) e, sobretudo, os sobrenomes. 
Preciso confessar que uma das coisas que mais me empolgou foram os sobrenomes. É muito legal (e meio doentio, ok) criar teorias e tentar desvendar como as séries se interligam. Herondale, Lightwood, Fairchild, Carstairs, dentre outros, são apenas uma ponta da rede que Cassandra Clare criou para prender o leitor. E, no meu caso, conseguiu com louvor. 
Já como prometi guardar os spoilers, vou expôr apenas mais uma coisa: há mais personagens, já incluindo Magnus Bane, que dão ar da graça nas duas séries! 
Acontecem tantas coisas, amigos! É de tirar o folego e de jorrar lágrimas. Quase me jogo da escada de tanto amor/dor.


A maldita da autora escreveu de forma que o ultimo livro de "Os Instrumentos Mortais" explicasse os detalhes do final de "As Peças Infernais". Genial. E cruel. 
Eu tinha parado de ler TMI em 2012. Mas quando comecei TID, tive que voltar. Percebem? Foi imperativo. Estou TÃO apaixonada pela trilogia que, para não perder nada, voltei para uma série que eu tinha dado um tempo. Gosto de TMI mas os protagonistas me irritam. O que me fez continuar foram os personagens secundários. Acreditem, Cassandra Clare evoluiu perceptivelmente nos últimos livros de "Os Instrumentos Mortais" mas NADA que se compare a qualidade de "As Peças Infernais". 
Preciso comentar uma das coisas mais legais que me pegou pelo pé em TID: Tessa e Will são bookaholics. Eles conversam sobre livros, dão dicas sobre livros, citam fragmentos de livros. Tessa vive com um livro na mão. Minha lista de leitura aumentou consideravelmente depois dessa trilogia.  "As Peças Infernais" é repleta de referências e eu amo isso. A autora cita Charlotte Brontë, Jane Austen, e Charles Dickens dentre outros autores clássicos. Só complementa o fantástico que a trilogia é no todo. 

Reação da minha deusa interior
Novidades: Quem pensa que o universo shadowhunter vai parar por aí, está enganado. Cassandra Clare confirmou outras séries, uma chamada "The Dark Artifices", para 2015. Os eventos desta série se passarão 6 anos depois dos eventos de "Os Instrumentos Mortais" e terá como protagonista um membro da família Carstairs! (Isso vai significar o mundo para quem leu "As Peças Infernais", acreditem.) (Só espero que ela não seja chata como Clary.) E também "The Last Hour" que será basicamente sobre os descendentes dos que sobreviveram em "As Peças Infernais". 
Ao que parece, o ciclo shadowhunter fechará em 18 livros, sem contar "As Crônicas de Bane", que são pequenas histórias sobre o alto feiticeiro, disponibilizadas em e-books. Não tenho muito interesse nas crônicas do homi, mesmo o adorando. Achava que estava fadada a caçar fragmentos de meus personagens de "As Peças Infernais" mas, recentemente, Cassandra Clare anunciou que fará contos sobre Simon. E, bem, Simon é meu personagem favorito de TMI, então acho que terei que ler. 
Eu que me dizia cansada dos universo dos shadowhunters agora choro de excitação por mais, mais, MAIS!

Curiosidade da edição nacional:
Oi, tudo bem, como vai.
Para quem não sabe, a editora Galera Record prepara as primeiras edições dos livros de Cassandra Clare com um... carinho especial. Mas creio que eles já perceberam que isso deu em Jogos Vorazes na vida real. As capas das edições especiais são brilhantes e lindas. Infelizmente, quem não correr para comprar primeiro, dança. Eu quase dancei com meu "Anjo Mecânico". Quando o comprei veio a 5a edição, não-brilhosa. Só faltei morrer. Fiz um estardalhaço na internet, incomodei pessoas, passei horas esbravejando mas, enfim, consegui fazer uma boa troca. Agora tenho todos meus livros de "As Peças Infernais" brilhantes. Mas ainda não posso me dar ao luxo de morrer feliz. Meu "Cidade das Cinzas" é o único livro bastardo no meio dos brilhosos mas já consegui resolver isso. Só falta oficializar. E, claro, tem "Cidade do Fogo Celestial" que ainda não lançou. E os próximos livros das próximas séries. Prevejo que vou adquirir TOC por causa dessas benditas capas. 
A editora Galera Record se pronunciou sobre o assunto aqui
É bom avisar para os que, como eu, gostam dessas frescurinhas. 

Não acho que tenha conseguido passar todos os sentimentos apropriados sobre "As Peças Infernais" mas, oh, já a favoritei para a vida! Me apeguei tanto a esses livros que tive que esperar os sentimentos ficarem coerentes para poder escrever sem tantos caps lock. Não entrei em detalhes de nenhum personagem senão o post ficaria gigante (e eu não conseguiria me segurar com os supracitados caps locks).
QUERO TANTO QUE TODOS LEIAM ESSES LIVROS! Esta trilogia é verdadeiramente incrível em todos os aspectos e espero que vocês tenham a oportunidade de constatar isso pessoalmente.
Quem já leu e entende meus sentimentos, vem me abraçar. Quem não leu, corre! E depois vem me abraçar. 
Aviso desde já que depois do epílogo de "Princesa Mecânica" a DPL é braba! Sério. 

Peguei as fanarts no tumblr de Cassandra Clare. Tem várias informações e imagens sobre suas séries no link. Por nada.