Michael Grant está de volta para pisar em meu coração. Anteriormente expliquei os porquês das angustias que a
série Gone me traz. Li várias resenhas exaltando a série de forma que, honestamente,
não consigo direcionar.
Sim, os livros são bem escritos, envolventes, tem a pegada sobrenatural que atrai muito, mas o pano de fundo que o autor trabalha é tenso e cruel.
É um paradoxo ambulante, porque ao mesmo tempo em que o livro é fácil, ele é difícil.
Normalmente, termino livros com o nipe da narrativa de Michael Grant em 1 dia. É fácil e fluido. Porém, as situações não me permitiam avançar de forma despreocupada.
Isso pode ser algo totalmente particular, mas não consigo ignorar o fato que quem está passando por dificuldades, segurando armas de fogo de grosso calibre e cometendo atrocidades são crianças com menos de 15 anos.
Em “Fome”, o livro 2 da série “Gone”, três meses se passaram desde o surgimento do LGAR (o isolamento de todos os menores de 15 anos ao redor de uma usina radioativa) e os eventos ocorridos no livro 1. Mas as batalhas estão longe de acabar. Agora a fome assola a cidade de forma voraz. No principio, eles não se atentaram ao fato que a comida poderia acabar e agora estão passando por sérias dificuldades.
Eles precisam se organizar e trabalhar se quiserem sobreviver; mas expliquem isso às crianças de 11 anos.
O interessante do livro é a forma real como o autor trabalha. As reações e atitudes dos personagens são completamente aceitáveis. Seria ingênuo da parte do autor, e do leitor, crer que várias crianças se organizariam e formariam uma comunidade para trabalharem juntos e blá.
Eles estão desesperados e sem saber o que fazer. É uma situação irreal onde poucos conseguem ver, de fato, a seriedade do problema.
Ou seja: instaura-se o caos e o desespero dá lugar à desordem.
A fome é apenas um dos problemas. Começa a surgir uma divisão espontânea: normais x aberrações.
As crianças que continuam normais começam a ver uma ameaça velada nas crianças que adquiriram habilidades. Essa “guerra civil” é apenas um eco de algo infinitamente mais perigoso.
Uma criatura com um poder incrivelmente poderoso quer se libertar. Ela está “com fome no escuro” e usará Lana, Caine e Drake para conseguir se alimentar a qualquer custo.
Michael Grant mistura de forma genial fantasia com realidade para envolver o leitor.
Fantasia no que diz respeito aos poderes das crianças e ao terror das criaturas impossíveis, porém reais no quesito posturas e atitudes frente à dificuldade.
Sim, os livros são bem escritos, envolventes, tem a pegada sobrenatural que atrai muito, mas o pano de fundo que o autor trabalha é tenso e cruel.
É um paradoxo ambulante, porque ao mesmo tempo em que o livro é fácil, ele é difícil.
Normalmente, termino livros com o nipe da narrativa de Michael Grant em 1 dia. É fácil e fluido. Porém, as situações não me permitiam avançar de forma despreocupada.
Isso pode ser algo totalmente particular, mas não consigo ignorar o fato que quem está passando por dificuldades, segurando armas de fogo de grosso calibre e cometendo atrocidades são crianças com menos de 15 anos.
Em “Fome”, o livro 2 da série “Gone”, três meses se passaram desde o surgimento do LGAR (o isolamento de todos os menores de 15 anos ao redor de uma usina radioativa) e os eventos ocorridos no livro 1. Mas as batalhas estão longe de acabar. Agora a fome assola a cidade de forma voraz. No principio, eles não se atentaram ao fato que a comida poderia acabar e agora estão passando por sérias dificuldades.
Eles precisam se organizar e trabalhar se quiserem sobreviver; mas expliquem isso às crianças de 11 anos.
O interessante do livro é a forma real como o autor trabalha. As reações e atitudes dos personagens são completamente aceitáveis. Seria ingênuo da parte do autor, e do leitor, crer que várias crianças se organizariam e formariam uma comunidade para trabalharem juntos e blá.
Eles estão desesperados e sem saber o que fazer. É uma situação irreal onde poucos conseguem ver, de fato, a seriedade do problema.
Ou seja: instaura-se o caos e o desespero dá lugar à desordem.
A fome é apenas um dos problemas. Começa a surgir uma divisão espontânea: normais x aberrações.
As crianças que continuam normais começam a ver uma ameaça velada nas crianças que adquiriram habilidades. Essa “guerra civil” é apenas um eco de algo infinitamente mais perigoso.
Uma criatura com um poder incrivelmente poderoso quer se libertar. Ela está “com fome no escuro” e usará Lana, Caine e Drake para conseguir se alimentar a qualquer custo.
Michael Grant mistura de forma genial fantasia com realidade para envolver o leitor.
Fantasia no que diz respeito aos poderes das crianças e ao terror das criaturas impossíveis, porém reais no quesito posturas e atitudes frente à dificuldade.
“Não sou o pai de todo mundo. Você já parou para pensar no que as pessoas estão
me pedindo? Sabe o que elas querem que eu faça? Sabe? Querem que eu mate meu
irmão para que as luzes voltem. Querem que eu mate crianças! Que eu mate Drake.
Que mate Diana. Que faça com que nossas crianças sejam mortas. É o que elas
pedem. Por que não, Sam? Por que não está fazendo o que tem de fazer,
Sam? (...) Ah, meu Deus, Astrid. Todas essas coisas na minha cabeça. Não
consigo me livrar delas. É como se um animal imundo estivesse dentro da minha
cabeça e eu nunca, nunca vou me livrar dele. Isso me faz sentir muito mal. É
nojento. Quero vomitar. Quero morrer. Quero que alguém me dê um tiro na cabeça
para eu não ter de pensar em tudo.”
Ainda não sabemos o que é o LGAR. Não sabemos onde estão os adultos e para onde vão as crianças que sofrem o puf. A série está cheia de perguntas sem respostas mas, sem dúvida, ainda há muito terror pela frente.
A narrativa é em terceira pessoa e há várias perspectivas! O leitor vislumbra o desespero de todos os ângulos.
A série “Gone” me incomoda porque bate na barreira do real. Por esse e outros motivos, ela é incrível.