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18/08/2014

[Especial] Gone: O Mundo Termina Aqui

Imaginem um mundo onde todos os maiores de 15 anos somem – puf – do nada. Agora imaginem a loucura e a apreensão que isso causaria nos menores de 14 anos. 
Acho que se tem uma palavra para resumir esse livro é: aflição. 

“A única coisa que devemos temer é o próprio medo”. 
De fato. 

Michael Grant criou esse universo e jogou no colo dos leitores todo tipo de agonia que se pode imaginar. 
Crianças tendo que lidar com toda espécie de problemas. E as criancinhas da creche? E as de colo que ficaram em casa sem ninguém? Esse livro é cruel porque ele é cru. Crianças morrem, sim, por descuido, irresponsabilidade, acidentes... ou não.
Portanto, elas precisam assumir responsabilidades de adultos e mais: lidar com coisas irreais. 

Praia Perdida deu lugar ao LGAR – Lugar da galera da área radioativa – onde todo o pesadelo se apresenta. 
Porém, antes do sumiço de todos os adultos, já acontecia algo estranho naquele lugar. 
Sam fazia coisas impossíveis. E depois que o LGAR tomou forma, ficou nítido que ele não era o único. A área que eles vivem é de fato radioativa, porém eles não sabem se isso tem haver com o sumiço repentino dos adultos e com as novas habilidades em algumas crianças.
Sam, Astrid, Quinn, Edilio e Lanna serão algumas das vidas de vital importância para a história. 
Sam é considerado o líder daquelas crianças; não que ele tivesse escolha. 
A responsabilidade pesa e, honestamente, ele não tem a obrigação de fazer nada. Ele também tem medo, também sente desespero. 
Suas escolhas fazem dele uma pessoa confiável e tudo que aquelas crianças precisam é de confiança. E isso é injusto com Sam, afinal ele também está passando por essa situação e, droga, ele também quer confiança.

O autor levanta várias teorias sobre os motivos do surgimento do LGAR, e gostei do que ele sugeriu primeiramente. Seria bobagem ignorar o obvio. Afinal, qual a primeira coisa que vocês pensariam? 


“- O que a gente fez? – perguntou Quinn. – É isso que não entendo. O que a gente fez para deixar Deus tão puto? (...) Quero dizer, a gente fez alguma coisa para merecer isso, certo? Deus não faz coisas assim sem motivo.
- Não acho que tenha sido Deus.”


(Sério, as teoria são bem legais. Vão de Deus à universos paralelos à hackers do universo, etc. O autor é bem genioso. E malvado. Argh.)

É uma agonia do começo ao fim. Logo que os adultos somem, eles não tem noção de nada. Levam na brincadeira. Acham que há um porquê e que eles voltarão em breve. Esperam uma ajuda que não vem.  
Logo começam a se formar os grupinhos. Logo as coisas começam a ficar perigosas. 
Um grupo de alunos de um colégio interno chamado Coates se juntam a eles... para ajudar? 
Mesmo entre crianças há crueldades sem limites.
O medo nos leva a fazer coisas inenarráveis, amigos, e Michael Grant trabalhou isso muito bem. 

“Gone” é um livro conflitante. Inteligente e cruel, cruel. 
São várias questões em dúvidas. O que criou o LGAR? Por que só maiores de 14 anos sumiram? O que acontece com quem faz 15 anos dentro do LGAR?
São levantadas várias teorias sobre os porquês, porém pouca coisa foi explicada no livro 1. Estamos (personagens e leitor) todos perdidos e procurando por respostas.


“Gone” é o livro 1 de uma série de 6 livros, e que no Brasil são lançados pela editora Galera Record.
É uma leitura muito interessante e... dolorosa. 
Quem tiver estômago, que venha. 





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