Imaginem um mundo onde todos os maiores de 15 anos somem – puf – do nada. Agora
imaginem a loucura e a apreensão que isso causaria nos menores de 14
anos.
Acho que se tem uma palavra para resumir esse livro é: aflição.
“A única coisa que devemos temer é o próprio medo”.
De fato.
De fato.
Michael Grant criou esse universo e jogou no colo dos leitores todo tipo de
agonia que se pode imaginar.
Crianças tendo que lidar com toda espécie de problemas. E as criancinhas da
creche? E as de colo que ficaram em casa sem ninguém? Esse livro é cruel porque
ele é cru. Crianças morrem, sim, por descuido, irresponsabilidade, acidentes...
ou não.
Portanto, elas precisam assumir responsabilidades de adultos e mais: lidar com
coisas irreais.
Praia Perdida deu lugar ao LGAR – Lugar da galera da área radioativa – onde
todo o pesadelo se apresenta.
Porém, antes do sumiço de todos os adultos, já acontecia algo estranho naquele
lugar.
Sam fazia coisas impossíveis. E depois que o LGAR tomou forma, ficou nítido que
ele não era o único. A área que eles vivem é de fato radioativa, porém eles não
sabem se isso tem haver com o sumiço repentino dos adultos e com as novas
habilidades em algumas crianças.
Sam, Astrid, Quinn, Edilio e Lanna serão algumas das vidas de vital importância
para a história.
Sam é considerado o líder daquelas crianças; não que ele tivesse escolha.
A responsabilidade pesa e, honestamente, ele não tem a obrigação de fazer nada.
Ele também tem medo, também sente desespero.
Suas escolhas fazem dele uma pessoa confiável e tudo que aquelas crianças
precisam é de confiança. E isso é injusto com Sam, afinal ele também está
passando por essa situação e, droga, ele também quer confiança.
O autor levanta várias teorias sobre os motivos do surgimento do LGAR, e gostei
do que ele sugeriu primeiramente. Seria bobagem ignorar o obvio. Afinal, qual a
primeira coisa que vocês pensariam?
“- O que a gente fez? – perguntou Quinn. – É isso que não entendo. O que a
gente fez para deixar Deus tão puto? (...) Quero dizer, a gente fez alguma
coisa para merecer isso, certo? Deus não faz coisas assim sem motivo.
- Não acho que tenha sido Deus.”
(Sério, as teoria são bem legais. Vão de Deus à universos paralelos à hackers
do universo, etc. O autor é bem genioso. E malvado. Argh.)
É uma agonia do começo ao fim. Logo que os adultos somem, eles não tem noção de
nada. Levam na brincadeira. Acham que há um porquê e que eles voltarão em breve. Esperam uma ajuda que não vem.
Logo começam a se formar os grupinhos. Logo as coisas começam a ficar
perigosas.
Um grupo de alunos de um colégio interno chamado Coates se juntam a eles...
para ajudar?
Mesmo entre crianças há crueldades sem limites.
O medo nos leva a fazer coisas inenarráveis, amigos, e Michael Grant trabalhou
isso muito bem.
São várias questões em dúvidas. O que criou o LGAR? Por que só maiores de 14 anos
sumiram? O que acontece com quem faz 15 anos dentro do LGAR?
São levantadas várias teorias sobre os porquês, porém pouca coisa foi
explicada no livro 1. Estamos (personagens e leitor) todos perdidos e procurando por respostas.
“Gone” é o livro 1 de uma série de 6 livros, e que no Brasil são lançados pela
editora Galera Record.
É uma leitura muito interessante e... dolorosa.
Quem tiver estômago, que venha.
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