A série Gone está aí para provar que, sem dúvida, tudo
que está ruim pode piorar.
No terceiro volume da série, as crianças do LGAR estão há
7 meses na cúpula.
7 meses de muitas dificuldades, porém há uma linha tênue de
estabilidade. Por enquanto.
O autor definitivamente sabe deixar nervos aos frangalhos.
As crianças parecem estar se acostumando a sua nova realidade. Agora há um conselho com alguns representantes para
tentar manter a ordem, mas ordem é um termo improvável no universo de Gone.
Nesse mundo de tormentos fora do comum, o quanto é
possível que os mortos voltem a vida?
Uma das meninas morta e enterrada no livro 2 volta a
andar e falar. Ela não parece 100% lúcida, mas tão pouco parece perigosa. No
entanto, as crianças já estão frágeis demais. Será que elas aguentariam mais
esse choque?
Também há uma menina que dizem que é uma profetiza. Ela
consegue vagar nos sonhos dos pais das crianças presas e passar recados.
“Deixo-os ir”, ela diz.
Parem e pensem no pânico que isso causaria. O puf,
desaparecer é uma saída para o LGAR? E a morte?
Segredos e mentiras constituem o eletrizante livro 3 da
série Gone. Vários questionamentos muito interessantes são levantados. A comida
ainda é escassa, o medo ainda é o melhor amigo e as atitudes que precisam ser
tomadas são extremas. É doloroso ver o crescimento obrigatório que as crianças
passam. Tudo é uma questão de sobrevivência e é muito fácil morrer. Ou perder alguma parte do corpo... Sério, tudo de ruim que pode acontecer, simplesmente acontece. As crianças não sabem lidar. Elas não deveriam lidar.
“O estranho era que isso não parecia mais estranho para Astrid...
Crianças de olhos profundos. Crianças com feridas abertas, sem tratamento,
quase ignoradas... E armas. Armas por toda a parte. Facas, que iam desde
grandes facas de cozinha enfiadas no cinto até as de caça, com ornamentadas
bainhas de couro. Pés de cabra. Pedaços de cano com cabos de fita adesiva e
correias. Alguns tinham sido mais criativos ainda. Astrid viu um menino de 7
anos carregando uma perna de mesa, de madeira, à qual havia colado grandes
cacos de vidro.
E tudo isso havia se tornado normal.
Mas, ao mesmo tempo, meninas carregavam bonecas. Meninos
enfiavam bonequinhos de plástico nos bolsos de trás. Revistas em quadrinhos
manchadas, rasgadas e velhas ainda se projetavam dos cós das calças ou eram
seguradas por mãos com unhas compridas e imundas como as de um lobo. Crianças
empurravam carrinhos de bebê com suas poucas posses.
As crianças de Praia Perdida eram, na melhor hipótese,
uma visão lamentável.”
Em contra partida a dificuldade natural, claro que sempre
há espíritos de porco para complicar. A galera humana está a cada dia mais
atarantada para dar um fim as aberrações. E atitudes infelizes resultam em consequências infelizes. Praia Perdida está longe de encontrar paz. Não com
mortos voltando a vida ou com a liderança tão confusa. Mas esperar o quê? São
crianças! Os mais velhos tem 15 anos de idade! Os que tem o mínimo de juízo
fazem o que podem, mas perder o controle é normal e muito aceitável.
Mesmo com situações tensas, a linguagem do livro é super fácil e fluída. É interessante como é palpável que o livro trata de situações com crianças/adolescentes; diálogos, dúvidas, postura de comportamentos, tudo entrega a faixa-etária dos personagens.
Neste livro também surgiram personagens novos. 5 crianças
estavam isoladas em uma ilha particular e vivendo bem melhor do que qualquer
uma do LGAR (no que diz respeito a alimentação e segurança). Mas elas precisam sair. São 7 meses sozinhas e uma delas está
muito doente. Sanjit e Chu são os mais velhos e eles tem suas próprias
dificuldades e seus próprios pontos de vistas. Ao meu ver eles estão bem preparados para essa dificuldade real, pois eles já a conheceram antes. Essas
crianças são filhos adotivos de 2 atores famosos e vieram de lugares de guerras
e mortes e são sobreviventes. Adoro a perspectiva delas sobre o passado,
presente e futuro e, acima de tudo, adoro naturalidade que Sanjit se adapta a
tudo isso. Acho que Michael Grant enfim apontou alguém para me apegar. Ou seja:
danou-se.
“Mentiras”, como um bom livro da série Gone, é de uma
aflição sem limites. Porém, há fatores que esclarecem vários questionamentos
importantes sobre a série. Cheguei a conclusão que Michael Grant é louco, porém
genial. Genial.
Minha reação com o final desse livro |
Sério, Michael Grant fecha esse livro da forma mais arfante possível. São 5 segundos que me deram uma taquicardia mais forte que qualquer paixão que já tive na vida (e já tive algumas, hein).
Não sei de onde ele vai tirar mais desgraças para mais 3 livros, porém aprendi a não duvidar desse talento do mal do autor.
Não sei de onde ele vai tirar mais desgraças para mais 3 livros, porém aprendi a não duvidar desse talento do mal do autor.
Dói, amigos. Dói.
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