Sobre A Menina que Roubava Livros: Livro e Filme

Liesel Meminger me fez chorar descompensadamente no cinema.

Mas esse não é o ponto principal.

Espero de coração que todos os que forem assistir ao filme mais comentado recentemente saibam que este é baseado no livro de Markus Zusak, lançado em 2005 e trazido ao Brasil pela Intrínseca em 2008. Espero mesmo, porque esse livro merece ser lido, apreciado… degustado.

Alguns dos motivos que me fizeram amar o livro, dentre tantos:

    1.  A morte é a narradora.  Alguém surta e morre comigo ao compreender a amplitude e beleza disso?!? Alguém, alguém pra surtar comigo? A fina ironia que pode ser experimentada em ter a morte narrando a vida de uma menina que passou pela segunda guerra. Essa premissa é demais pro meu coração.

    

    2.  Um dos períodos que mais me fascinam é a Segunda Guerra Mundial. As insanidades de uma nação que se diz superior e a bravura da resistência, do que o ser humano é capaz. Eu me encanto com essa temática, com o quanto ela pode ser atual.

    

    3.  Por favor, a história de uma menina que ama os livros e é capaz de tanta coisa para conhecer, proteger e desvendar as palavras… meu coração não aguenta, sério.

Conheci o livro por volta de 2000 e, desde então, ele sempre surge na minha mente quando me perguntam qual meu livro favorito. Atribuo meu amor por ele ao fato do autor ter reunido tantas características que me agradam em um livro e com narrativa tão deliciosa.

Após o estrondo que foi a chegada desse livro, outros títulos do autor foram trazidos para o Brasil. Dentre eles, li dois anteriores: Eu sou o Mensageiro (2002) e A Garota que eu quero (2001). Devo dizer que os dois livros foram boas leituras, mas nem chegaram perto do sucesso do meu primeiro encontro com esse autor autraliano. A fórmula funciona porque a narrativa de Zusak me atrai, mas ainda prefiro o brilhantismo da morte falando de uma “roubadora” de livros.

Devo confessar que fui ao cinema com “os dois pés atrás”, relativamente traumatizada com a quantidade de más adaptações cinematográficas para livros que gostei. Preferi não ver nenhum trailer e nem saber de opiniões de outras pessoas, queria ter a minha experiência ao ver o filme. Ela não poderia ser melhor.

A atriz que fez Liesel, Sophie Nélisse, não poderia ter sido melhor escolhida. Ela tornou factível pra mim toda a coragem dessa garotinha que luta com unhas e dentes por todos os que ama, me mostrou com um olhar o amor e encantamento que os livros podem trazer e me fez chorar rios ao mostrar a maturidade que uma menina pode adquirir em momento de tanto sofrimento, ao perder uma família e encontrar amor em outra no meio do caos da guerra.

 

A fidelidade com tudo o que me recordo do livro me deixou encantada, e eu já estava chorando desde o encontro da Liesel com uma biblioteca, imaginem no restante do filme.

Tenho um milhão de motivos para indicar esse livro e dizer o complemento perfeito que o filme se tornou pra mim, mas se todos os surtos e clichês que usei até agora pra falar dele não serviram pra despertar a curiosidade de alguém, lamento… vocês não sabem o que estão perdendo.