Durante muito tempo estive pensativa sobre o título desse livro e como ele me chamou atenção desde o seu lançamento, em 2012. O prefixo des- indica separação ou ação contrária, ou seja, trocando em miúdos, seria o sentido oposto de lembrar, mas aí que a palavra esquecer somente não seria suficiente para abranger o sentido com que essa ficção foi construída? Acho que não. E amo língua portuguesa por permitir permitir essas e muitas outras pequenas brincadeiras.
London Lane é uma adolescente que só lembra do que vai acontecer no futuro. Complicou? Peraí que vou ~tentar~ descomplicar: Ao dormir, ela esquece de todas as coisas que aconteceram em seu passado, menos daquelas que tem continuidade ou participação nos dias futuros. Por exemplo, se ela conheceu um menino, ~lindo~ Luke, e não se “lembra” de viver nada com ele nos dias que virão, significa que ele não estará em seu futuro e que ela o esquecerá na próxima vez em que dormir, ou as 04:33hrs, quando sua memória se reinicia.
Isso faz com que ela saiba também de muitas coisas que acontecerão na sua vida e na de pessoas que a cercam, isso pode ser benção maldição, como já foi mostrado em vários filmes e livros que conhecemos na ficção, de pessoas que previam o futuro e sofriam por não poder fazer nada, ou mesmo em poder mas não dever ou conseguir. Isso é muito louco.
A forma como London lida com seu esquecimento é anotando bilhetes para tudo de importante, assim a futura London vai saber como agir e parecer “mais normal”. O bom é que a autora não se preocupou em buscar explicações complicadas demais para a origem dessas características de London – até porque já tinha muita coisa pra explicar com uma história louca dessas, de forma clara. A protagonista é assim e tenta viver a vida mais normal possível, ponto final. Gostei disso.
Ao começar a ter lembranças um anto sombrias sobre seu futuro, London começa a buscar respostas em seu passado. Esse livro não tem grande carga psicológica, é escrito de forma fácil, falando, por vezes, de coisas profundas e que requerem reflexão, mas de maneira leve por ser feito pelos olhos de uma menina ainda, dá pra compreender a beleza?!?
No fim, só queria que algumas interrogações na minha cabeça – que achei não ter explicação ou coerência até a última página – ficassem claras no romance da história. Quer dizer, as vezes ela lembra de um futuro próximo – 1 dia ou menos – mas não lembra que amanhã o menino por quem arrastaria um bonde vai chamar ela pra sair? Não lembra de nenhum futuro com ele. Isso é tão antirromântico!
Fora algumas dessas questões que não tiveram solução, o livro me cativou tanto no início que esperei que esse interesse se mantivesse por toda a leitura, o que não aconteceu da mesma forma. Ainda assim, foi uma leitura rápida e interessante. Vou procurar mais da autora.
Aos que já leram, o que acharam de Deslembrança?
Até a próxima!
EU ACHO ESSE LIVRO TÃO ABSURDAMENTE FOFO! ARHG ARGH ARGH!
ResponderExcluirLuke é um sonho, um amor, um lindo. Ou seja, bem fictício mesmo.
Gosto muito de "Deslembrança", mas acho que a autora correu demais com o final. Confesso que queria uma continuação pra ver se ela resolveu as tretas. (E queria mais Luke, confesso.)
Amei. Espero que teu post leve as pessoas a lerem.
Beijos <3
Parece um livro bem fofo de se ler, mas realmente, se essas tuas perguntas ficaram sem respostas, aí complica. Porque acho que são cruciais, dado o modo como a autora parece ter construído a coisa do futuro. O trocadilho com o título também gostei hehehe, vou procurar para ler mesmo assim, tirar minhas impressões! Bjs!
ResponderExcluirhttp://relativismoescrito.blogspot.com.br