[Curtas] Opinião sobre O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman

Gosto de boas indicações. Gosto de indicações de bons livros. Gosto de ler livros indicados.

Não gosto de me decepcionar com boas indicações. Não gosto de me decepcionar com livros. Não gosto de frustrar expectativas literárias.

Quem nunca ouviu/leu sobre Neil Gaiman. Quem? Quem? Quem? E quando se ouviu dizer – nesse mundão de Deus – que Neil Gaiman escreve livros ruins? Nunca, certamente.

Fiquei impressionada – negativamente – com a leitura do último romance publicado por Gaiman, o cara mais bambambam de todos (entendam que eu estou me sentindo, tipo, uma criatura que não goste de Martin ou Harry Potter ou algo que seja minimamente significativo para a maioria das pessoas no mundo, possuidoras de gosto semelhante ao meu). Tô em crise.

Na verdade, a explicação é simples: o livro é podremente bem escrito; o cara tem mesmo uma capacidade de ser engraçado e sombrio e muito inteligente na mesma frase; a história é interessante e bem bolada; o livro é lindo graficamente; e o título é… ele é!  MAS eu não gostei nem um pouco da leitura.

É uma história curta e cheia de efeitos fantásticos significativos, de quando um senhor em idade avançada volta à um lugar especial de sua infância e começa a lembrar do que aconteceu naquela fazenda rústica que ficava há um quilômetro da sua casa, no fim da rua, quando ele tinha apenas sete anos. Com pouquinho mais de 200 páginas, não tem como se apegar demais com a história, mas não ficam amarras soltas.

Acredito que minha paranóia toda foi não ter amado o livro como merecia. Minha classificação atual para saber se gostei ou não de um livro é o quanto gostaria de reler a história, mantendo a escala comumente usada de um a cinco pontos. Se não quero reler um livro e não me faria falta não revisitar a história e seus personagens, significa que não gostei mesmo. Foi o caso, imaginem o sofrimento.

Não senti empatia e nem quis conhecer mais a história do garoto/senhor-narrador, acho que foi isso. O mundo e suas criaturas, criado por Gaiman, são tão interessantes e bem construídos, mas aquele garotinho escolhido pra viver isso não teve nada de especial, para mim.

Pensando bem, adoraria conhecer a história das três mulheres da fazenda Hempstock, onde as lembranças do garoto/senhor ganham vida. Talvez isso salve tudo e valha a pena.

Mesmo o garotinho sendo claramente uma versão do próprio Gaiman, como ele gostaria de ser ou como se lembra das coisas, ainda prefiro a fazenda e as três outras personagens. Como disse uma amiga, me ajudando a sair da crise não-gostei-de-Neil-Gaiman “O que seria do amarelo se todos gostassem do azul”. Caiu bem, olha.

O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares (Ransom Riggs)

Quem nunca julgou um livro pela capa? Imaginar que ele é uma coisa e, quando começar a lê-lo, perceber que ele se trata de outra bem diferente? Nem te conto que é exatamente esse o caso de O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares.

A aparência do livro (capa/imagens) leva a crer que ele é de terror (ou talvez suspense), mas também... quem não ficaria com medinho diante dessas fotos?

Pois é... mas o que, aparentemente, tinha tudo para ser um terror... se revelou uma excelente e jovem fantasia!

Jacob Portman, quando criança, vivia imerso e encantado com as histórias que seu avô contava. Vovô Portman, quando era garoto, teria ido embora da Polônia para fugir de monstros e passado a viver no que ele chama de Ilha, um lugar belo, livre de perigos e protegido pela Ave, além de ser o lar de crianças peculiares. (tipo... ÃH?!) Mas Jacob cresceu e, assim como as crianças deixam de acreditar em Papai Noel, ele deixou de acreditar nas histórias de seu avô.

Contudo, a trágica morte de vovô Portman por algo que, aparentemente, era um MONSTRO (desses mesmos que assolam os sonhos das criancinhas), Jacob se dê questionando se as histórias que seu avô contava eram mesmo reais... e o que era exatamente o monstro que o matou? Qual o verdadeiro passado do vovô Portman? Essas perguntas só poderiam ser respondidas se Jacob seguisse as instruções finais de seu avô: vá para a Ilha e procure a Ave.

Com o apoio de seu psicólogo (sim, porque o rapaz ficou traumatizado com a morte do avô e pensaram que ele era louco após ter descrito o tal Monstro), Jacob consegue convencer a família a deixá-lo viajar (na companhia do pai) para uma pequena ilha no País de Gales, onde supostamente fica o "orfanato" em que seu avô viveu. A princípio, a busca por respostas se revela infrutífera, mas quando Jacob está quase desistindo... algumas revelações lhe caem como uma bomba (quem lei vai entender o trocadilho :p).

A famosa ilha tão falada por vovô Portman é uma espécie de orfanato, a Ave nada mais é do que a tutora, Srta. Peregrine, e as crianças peculiares... bem... elas são peculiares mesmo. Conhecemos Emma, uma garota de personalidade forte e que consegue conjurar fogo; Millard, um rapazinho muito bem humorado e... invisível '-' Olive, que flutua se nada prendê-la ao chão... e por aí vai. O curioso é que essas são as mesmas crianças que viveram com o vovô Portman, sim... elas não envelhecem um segundo sequer porque [SPOILER, não vou contar, tchau]. Após tais descobertas, Jacob achará respostas para algumas dúvidas que tanto o atormentam e perceberá que pode exercer um papel muito importante no universo recém- descoberto.

Li em algum lugar (SORRY, eu realmente não lembro) que o livro foi muito criticado porque o público esperava um terror e ganhou fantasia. Bem, eu gostei muito do livro, não fiquei inteiramente surpresa porque já tinha lido uma resenha antes de comprá-lo e já sabia um pouco o que esperar. Devo dizer que a utilização das imagens foi a grande sacada do livro! Não que a história por si só não sejam interessante, mas a utilização das imagens, dando essa cara mórbida à la Tim Burton, deixou tudo ainda mais... peculiar. A editora LeYa fez um ÓTIMO trabalho com esse livro, ele é muito bonito esteticamente.

Minha única ressalva é que alguns pontos abordados no início da trama, como a existência dos monstros, foram meio que esquecidos no decorrer da narrativa e retomados na reta final. Lógico que eles foram citados no decorrer do livro, mas sua importância meio que foi deixada de lado. A meu ver, o autor poderia ter trabalhado essas informações de forma mais equilibrada.

A escrita do Ransom é fluida e a trama tem um ritmo não muito corrido nem muito parado. O arco é fechado, mas o gancho para a continuação é evidente. Falando em continuação, Hollow City já foi lançado nos EUA início desse ano, tomara que chegue logo ao Brasil [LeYa... PLEASE!].

O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares é um livro que vale à pena ser lido não apenas por suas características físicas, mas também porque é perceptível (mesmo que se forma sutil) que o Ransom melhorou no decorrer do livro e podemos esperar boas coisas de Hollow City.

Nota: Apenas a título de informação (nada relevante ao trabalho do Ransom como autor), mas Ransom é casado com a escritora Tahereh Mafi, autora da série Estilhaça-me. ♥

Aos que já leram O Orfanato... o que acharam?
Abraços e até a próxima!

Eleanor & Park (Rainbow Rowell)

Os sentimentos por esse livro são desses que se gritam aos 7 ventos, de Leste à Oeste. Portanto, esta não é uma simples resenha. É um grito. É um empurrão.

 E sobretudo: é um favor, meus caros. E vocês vão ficar me devendo essa. .

"Eleanor & Park" é um livro que fala sobre o primeiro amor.  O violento e desesperado primeiro amor que nos corrói a alma. Todos já passamos por isso; e se ainda não passaste, aguarde. Não tem escapatória. 

Rainbow Rowell retrata esse primeiro sentimento de uma forma bem leal. Obviamente que as experiências são diferentes, mas acredito que o despertar do sentimento é tão forte que parece sufocar. Parece que somos pequenos demais para abrigá-lo. E é incrível acompanhar a evolução do amor de Eleanor e Park. 

Eles se conheceram no ônibus escolar e o amor a primeira vista passou longe. Eleanor é estranha. Como se não bastasse seus longos cabelos ruivos e enrolados, ela parece querer se destacar com suas roupas de números maiores e de combinações esquisitas. Sua composição física é grande; não gorda, mesmo que ela ache isso. Eleanor simplesmente chama a atenção, mas definitivamente não foi amor o que Park sentiu naquele primeiro encontro. 

Park é um cara normal que consegue passar bem pelo ensino médio sem ser o alvo dos perigosos. Seus olhos puxados delatam sua descendência asiática, seus gibis sempre a mão declaram sua nerdice e sua personalidade calma delata sua singularidade. Mesmo lutando taekwondo desde criança, Park não faz o tipo assustador.

Eleanor sentou ao seu lado em seu primeiro dia no ônibus escolar e algum tempo depois Park reparou que ela lia suas histórias em quadrinhos. E ele começou a virar as páginas mais lentamente para que ela pudesse acompanhar. 

A rotina de Eleanor e Park era estranha e agradável. Logo eles se pegaram pensando um no outro, esperando o momento em que estariam lado a lado no ônibus, primeiro mudos, lendo "X-Men" ou "Watchman" e, depois com a intimidade e afinidade crescendo, debatendo sobre as histórias que liam ou sobre música... até suas mãos se tocarem. Esse simples contato agitou ainda mais as borboletas em seus estômagos. 

"park: Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo. (...) Assim que a tocou, perguntou-se como aguentara tanto tempo sem fazê-lo...

eleanor: Desintegrada. Como se tivesse dado algo errado em seu teletransporte para a Enterprise. Se você, alguma vez, já parou para pensar na sensação de ser teletransportado, concluiria que é muito similar a derreter, só que mais violento. Mesmo estilhaçada em milhões de pedaços, Eleanor ainda sentia o toque de Park em sua mão..."

Sendo assim, o amor de Eleanor e Park é algo de muito especial. O leitor acompanha o nascer, o crescer e o desesperar passo a passo. É tão adorável! E o legal é que a autora não se baseou apenas no romance dos dois. Ela nos apresenta suas vidas, suas rotinas particulares, suas perspectivas privilegiadas do que é viver um grande primeiro amor e de como eles tentam lidar com isso.

A narrativa é fácil e leve. A voz é em terceira pessoa e dividida entre Eleanor e Park em partes alternadamente longas e curtas. O enredo é bem estruturado e meio cruel, no meu ponto de vista. Ambos passam por conturbações em suas famílias, com seus graus variados de seriedade, e eles veem um no outro um porto. 

Devo estar soando muito clichê mas "Eleanor & Park" é uma história com um bom cunho realista. Esse soar do amor trágico é natural para adolescentes aos 16 anos. O tudo e o nada andam numa linha tênue. 

Mesmo sendo bem normais nos aspectos sentimentais, Eleanor e Park são adolescentes de conteúdo. Os personagens tem perspectivas maravilhosas, ótimos diálogos e dão um show de sugestões de bandas, livros e HQs. Ok, Park dá um spoiler grande de "Watchman", porém vale a pena. "Eleanor & Park" é um livro que definitivamente vale a pena. 

Oi.

Gostei muito da edição que a Editora Novo Século trouxe para o Brasil. A capa é a semelhante a americana e, mesmo que seja rosa, quero que vários amigOs leiam. A parte de dentro do livro tem uns detalhes bonitos relacionados a história e a diagramação é ótima. Encontrei apenas um erro de revisão mas nada que abale sua beleza significativa. 

"Eleanor & Park" está acima do bem e do mal. O livro tocou meu coração de uma maneira inenarrável. Ele tem referências ricas e um texto bem inteligente, portanto, espero que vocês não pensem que é mais um livro bobo para adolescentes. O final é particularmente... doloroso. Rainbow Rowell nos embalou em mel, porém não fugiu da realidade que o livro inspira. E mesmo em meio as desventuras, o livro é tão cheio de quotes inteligentes e fofas que meu livro está praticamente mergulhado em grafite. 

"Eleanor & Park" entrou na minha lista de livros julgadores de caráter, juntamente com "A culpa é das estrelas", afinal, quem não gostar desse livro não pode ser uma boa pessoa. Saia do meu ciclo de amizades! Ê. Brincadeira a parte, o livro é realmente fabuloso porque quem for sem coração e achar o romance muito clichê, vai poder se embriagar das muitas referências sobre HQs e músicas que a autora faz.
Espero ansiosa outros lançamentos de Rainbow Rowell. A Editora Novo Século já garantiu "Fangirl" para o primeiro semestre deste ano e gente, olha o nome desse livro, deve ser algum tipo de auto-biografia minha.

Espero que vocês acabem de ler essa resenha e saiam correndo para comprar "Eleanor & Park".
Por nada.

Filme: A Little Thing Called Love

Olá amiguinhos deste universo 4dimensional (??), tudo bem com vocês??

Hoje trago ao NTC um filme tailandês muito lindinho e fofinho, que me foi muito... MUITO recomendado por várias amigas. Enrolei demais pra assistir (sério, o arquivo já tava mofando (??) no meu PC), mas agora que finalmente assisti... meu único arrependimento é que eu deveria tê-lo visto antes!

Plot:

Nam (Pimchanok Lerwisepibol) é aquela típica estudante feinha e desajeitada... e que é apaixonada por P'Chon (Mario Mauer) , o cara mais gato da escola; mas também pudera... P'Chon é gentil com todas as pessoas, além de ser muito bom em esportes e ter todas aquelas qualidades clichês que o príncipe dos romances tem. Com a ajuda de suas amigas (divas e engraçadíssimas!), Nam começa a mudar sua aparência para tentar atrair a atenção de seu amado. Paralelo a isso, a jovem também precisa se tornar a estudante nº 01 da escola, como condição do pai para poder viajar para os Estados Unidos e reencontrá-lo (depois de cinco anos sem vê-lo).

A Little Thing Called Love é um filme cheeeio de clichês, contudo...a  abordagem feita foi muito interessante, a mudança de Nam, tanto na aparência quanto na personalidade, foi trabalhada de forma gradual (não, ela não entrou num salão de beleza e ficou bonita de uma hora pra outra). À princípio fiquei bastante assustada, a mudança da garota é muito drástica, não foi só maquiagem que colocaram nela, o próprio corpo dela mudou muito. Pesquisando, descobri que as filmagens duraram quase um ano (jul/2009 a jun/2010), até dei razão... seria impossível mudar tanto a Nam em tão pouco tempo de filmagem :O

Foto de Itazura Dramas

As amigas da protagonista deram um ar delicioso ao filme, estavam sempre ajudando a Nam nas empreitadas para conquistar o P'Chon, auxiliadas do seu super livro "9 receitas do amor". Estou certa de que, se não fosse pelo apoio das meninas, a garota não teria de onde tirar forças pra persistir até o fim.

Outra figuraça dessa trama toda foi a professora Inn, SUPER ENGRAÇADA com aquela voz nasalizada, misturando inglês e tailandês nas falas, tentando conquistar o professor de educação física, tentando provar que seu clube de teatro era melhor que o clube de dança da outra professora... enfim, todas as cenas dela são HILÁRIAS.

Quanto ao P'Chon, bem... achei que esse personagem foi mal aproveitado, algumas coisas em relação a ele foram bem confusas. Primeiro que, desde o começo, é mostrado que ele tem uma paixão enorme por fotografia, segundo... ele também tem uma certa paixão por futebol, mas não quer entrar pro time da escola por causa de um draminha familiar (o pai dele foi um jogador muito importante da província, contudo, na final de um campeonato, perdeu um pênalti decisivo... levando o time à derrota e destruindo sua carreira)... dá pra entender os dois pontos (tanto da fotografia quanto do futebol), mas a combinação dos dois não foi bem sucedida. Porém gostei bastante dele, os momentos dele com a Nam eram, sem dúvida, lindos.

Também não podemos esquecer do Top, outro gatinho amigo do Chon... que se interessa pela Nam. Mais um personagem que também acho que deveria ser melhor aproveitado. A paixão dele pela Nam não me convenceu, de modo que não achei forte o "triângulo" amoroso criado.

O desfecho do filme me surpreendeu um pouco, ainda mais porque os sentimentos do P'Chon em relação à Nam não foram explorados no decorrer do filme, o foco foi só na garota. Chon foi uma incógnita quase o filme inteiro, só foi possível entendê-lo melhor no final.

Apesar de alguns fatores, como a história da Nam querer ir pros EUA para visitar o pai, terem perdido o fio da meada em todo o filme para serem recuperados só no final, Gostei bastante desse Thai-movie, é um romance leve, engraçado, mas com suas doses de drama. Adoro esse jeito simples como os asiáticos abordam romance em suas produções, transformando os gestos mais simples em algo grande e valioso. Super recomendo!

É possível assistir o filme completo (legendado em português) aqui:

É isso pessoal, esse é o primeiro post sobre filme que faço no NTC e espero que vocês tenham gostado.Até a próxima!

Deslembrança [Cat Patrick]

Durante muito tempo estive pensativa sobre o título desse livro e como ele me chamou atenção desde o seu lançamento, em 2012. O prefixo des- indica separação ou ação contrária, ou seja, trocando em miúdos, seria o sentido oposto de lembrar, mas aí que a palavra esquecer somente não seria suficiente para abranger o sentido com que essa ficção foi construída? Acho que não. E amo língua portuguesa por permitir permitir essas e muitas outras pequenas brincadeiras.

London Lane é uma adolescente que só lembra do que vai acontecer no futuro. Complicou? Peraí que vou ~tentar~ descomplicar: Ao dormir, ela esquece de todas as coisas que aconteceram em seu passado, menos daquelas que tem continuidade ou participação nos dias futuros. Por exemplo, se ela conheceu um menino, ~lindo~ Luke, e não se “lembra” de viver nada com ele nos dias que virão, significa que ele não estará em seu futuro e que ela o esquecerá na próxima vez em que dormir, ou as 04:33hrs, quando sua memória se reinicia.

Isso faz com que ela saiba também de muitas coisas que acontecerão na sua vida e na de pessoas que a cercam, isso pode ser benção  maldição, como já foi mostrado em vários filmes e livros que conhecemos na ficção, de pessoas que previam o futuro e sofriam por não poder fazer nada, ou mesmo em poder mas não dever ou conseguir. Isso é muito louco.

A forma como London lida com seu esquecimento é anotando bilhetes para tudo de importante, assim a futura London vai saber como agir e parecer “mais normal”. O bom é que a autora não se preocupou em buscar explicações complicadas demais para a origem dessas características de London – até porque já tinha muita coisa pra explicar com uma história louca dessas, de forma clara. A protagonista é assim e tenta viver a vida mais normal possível, ponto final. Gostei disso.

Ao começar a ter lembranças um anto sombrias sobre seu futuro, London começa a buscar respostas em seu passado. Esse livro não tem grande carga psicológica, é escrito de forma fácil, falando, por vezes, de coisas profundas e que requerem reflexão, mas de maneira leve por ser feito pelos olhos de uma menina ainda, dá pra compreender a beleza?!?

No fim, só queria que algumas interrogações na minha cabeça – que achei não ter explicação ou coerência até a última página – ficassem claras no romance da história. Quer dizer, as vezes ela lembra de um futuro próximo – 1 dia ou menos – mas não lembra que amanhã o menino por quem arrastaria um bonde vai chamar ela pra sair? Não lembra de nenhum futuro com ele. Isso é tão antirromântico!

Fora algumas dessas questões que não tiveram solução, o livro me cativou tanto no início que esperei que esse interesse se mantivesse por toda a leitura, o que não aconteceu da mesma forma. Ainda assim, foi uma leitura rápida e interessante. Vou procurar mais da autora.

Aos que já leram, o que acharam de Deslembrança?

Até a próxima!

Laços de Sangue e O Lírio Dourado (Richelle Mead)

Olá, leitores! 

Já conversamos baixinho sobre a Série Academia de Vampiros aqui no blog e trarei algo do mesmo universo hoje. 

Conheçam *rufar de tambores* a Série Bloodlines! 

Uma das capas mais bonitas de Richelle Mead. E "O Lírio Dourado" brilha de verdade!

Neste primeiro momento, vou expor apenas os dois primeiros livros que foram lançados no Brasil pela Editora Seguinte. 

Meu contato inicial com a Série Bloodlines foi através de leituras de e-book. Não sabia se viria para terras tupiniquis (já que o ultimo livro de VA sequer tinha lançado no país) então quando conclui a série Academia de Vampiros corri para as traduções de fóruns (e li no PC mesmo) para saber o que Richelle-ruiva-maravilhinda-Mead tinha aprontado. 

Minha reação ao ler
 Bloodlines no PC

Eu esperava algo depois do final de VA. Bem, na verdade eu desesperava!  

A série Bloodlines é um spin-off de Academia de Vampiros. Significa que: é o mesmo universo só que com perspectivas diferentes. 

Entendam, a  proposta de Academia de Vampiros foi concluída com louvor, SÓ QUE alguns personagens ficaram com finais inconclusos E EU JAMAIS ACEITARIA UMA COISA DESSAS! 

Crueldade de Richelle-maldita-Mead a parte, estava ansiosa para saber a proposta de Bloodlines e fiquei realmente surpresa com algumas delas. Não me refiro especificamente ao romance, que eu já desconfiava *HEHEHEHEHE*, mas de outros pontos significantes para a estrutura do enredo mesmo. Aparentemente, Richelle vai acabar com todas dúvidas que ficaram abertas em Academia de Vampiros nesta série: as perguntas sobre o poder do elemento espírito, o funcionamento interno dos alquimistas e ainda outros pontos que ela trouxe para a abordagem. 

Vou ser sincera: Bloodlines é a minha série favorita da minha autora (de ficção-fantasia) favorita. Então aguentem os feels que não serão poucos. 

O primeiro livro no Brasil é "Laços de Sangue" e nele teremos a perspectiva privilegiada de uma humana no meio vampírico; mas não uma humana qualquer. Sydney Sage é uma alquimista e a visualizamos na série Academia de Vampiros, porém só vamos conhecê-la em profundidade aqui. 

Achei interessante de várias maneiras a escolha dessa personagem para protagonizar a série Bloodlines. Para começo de conversa, ela é um ótimo começo para a história. Quem já leu Academia de Vampiros sabe que a perspectiva de Rose é de dentro. Ela é uma dampira e vive aquele mundo desde sempre. Sydney não. Mesmo sendo alquimista e sabendo das tretas do mundo das trevas, ela não é ligada à esse mundo pessoalmente. Na verdade, ela se encrencou com os alquimistas por ter interagido com Rose em VA e a missão que a levará proteger uma Moroi importante, que vai amenizar conflitos internos no mundo vampírico, será uma espécie de tentativa de redenção à ela. 

A função de Sydney é simples: esconder Jill no mundo humano e deixá-la longe de alguns morois dissidentes que atentaram contra a sua vida. Para isso, a rainha e os alquimistas decidiram escondê-la em um colégio em Palm Springs; uma cidade ensolarada e quente em que poucos procurariam (e mais seguros de Strigoi).

Acontece que lidar com essas criaturas das trevas não é fácil. Entendam, Sydney foi criada desde o berço a encarar vampiros como malignos. Eles são criaturas anti-naturais e não deveriam existir. Conviver com eles será difícil para Sydney, no entanto, o dever é mais importante. Proteger os humanos é o essencial. 

O dia-a-dia no colégio interno é diferente de tudo que Sydney já viveu. Ela foi educada em casa, mas sempre sonhou em fazer faculdade, então essa é uma experiência que ela está levando à sério (como tudo em sua vida, aliás). Sydney se destaca tanto que chegam a pensar que sua tatuagem de lírio, que é simbolo dos alquimistas, é algum tipo de tatuagem especial que dá à ela inteligência sobre-humana. A partir daí ela percebe que os alunos da Amberwood são cheios de tatuagens "especiais". Dentre disposição e força fora do comum, Sydney sente que há algo muito errado nessa história e decide descobri o que é. Sua doce sapiência chamou atenção até de sua professora de história e Sydney acabou com um estudo independente sobre histórias antigas. Sra. Terwilliger, no entanto, tem planos mais... especiais para ela. Paralelo à isso, há sua relação com Jill, Eddie e Adrian. Os vampiros e dampiro em questão estão longe de ser os seres infernais que ela pensou. Várias surpresas e perigos nos pegam pelo pé em "Laços de Sangue", e olha que é apenas o primeiro livro. 

"O Lírio Dourado" é o segundo livro da série e um indicador interessante para o rumo que a série vai tomar. Sem falar que aqui vemos o despertar do romance. *HEHEHEHEHEHEHEH* 

Bem, sobre aos pontos que a autora toma, teremos vários problemas a serem resolvidos. Sydney descobrirá alguns mistérios que diz respeito ao passado histórico dos alquimistas e não vai gostar nada. A sua perspectiva de mundo começa a expandir. Quem serão os verdadeiros monstros? Claro que seus (pré)conceitos ainda são profundos. Mesmos ao analisar personalidades de seus novos amigos, Sydney não ignora o fato de que os vampiros ainda são seres anti-naturais; afinal, eles bebem sangue humano e usam magia. E isso é imoral e errado... não é? 

Quando Dimitri Belikov e Sônia Karp chegam em Palm Springs para fazer uma pesquisa sobre o uso do espírito com Adrian, Sydney percebe que a magia pode ajudar em uma causa muito nobre: a erradicação de Strigoi. Este é um objetivo que diz respeito tanto aos moroi como aos alquimistas de uma forma grandiosa. Seria a cura para o maior mal do mundo. 

Sydney entende a importância desse feito, porém há limites que ela não consegue ultrapassar. Quero que vocês compreendam de verdade o peso da crença alquimista. É como se fosse uma religião xiita. 

Trabalhar com os vampiros é uma necessidade. O peso da simpatia que Sydney sente por eles se manifesta quase como culpa.  A função de Sydney em proteger Jill e a convivência direta com ela, Eddie e Angeline (uma nova guardiã designada para ajudar na segurança da moroi) a transforma aos poucos. A forma como Richelle-genia-Mead trabalha gradualmente a expansão do horizonte de Sydney é maravilhosa. 

Uma das coisa que mais prezo em Richelle-perfeita-Mead são as relações de seus casais. Elas são graduais, em banho maria. O casal chave de Bloodlines em especial é  incrível. Raças diferentes? Ok. Mas vamos nos aprofundar, amigos. Eles são parecidos em seus íntimos. Eles passaram pela mesmas dificuldades, apenas lidam com isso de forma diferente. Ao passo que eles são completamente diferentes em personalidades, eles se complementam de uma maneira que eu não sei lidar! *ARFANDO* 

Adrian está se recuperando do pé da bunda que levou em Academia de Vampiros e o amadurecimento desse personagem é uma coisa tão significante! Ele não é o mesmo que conhecemos em VA. Quer dizer, o jeito adoravelmente tratante continua o mesmo, mas o modo como Sydney o encara muda as perspectivas que tínhamos dele na série anterior. E que fique claro que no primeiro momento, não há nada de romântico. O próprio sentimento de Adrian desperta aos poucos de uma forma natural e certa; através de conhecimento e convivência. 

"Quando estou com você, eu quero ser uma pessoa melhor porque... bem, porque parece certo. Porque eu quero. Você me faz querer ser uma pessoa melhor. Eu quero me superar. Você me inspira em todas as ações, todas as palavras, todos os olhares. Eu olho para você e você parece... luz transformada em carne e osso... você é a criatura mais linda que já caminhou sobre a terra. (...)" 

Adrian sente as coisas intensamente. Uma parte por causa do poder do espírito, outra é por sua própria personalidade. Suas declarações de amor são. as. melhores. MY. GOD! 

Até aqui, do ponto de vista romântico, só tem dor no coração e muitos feels. Mas já dá para perceber nitidamente o crescimento dos personagens por um todo. Não apenas Sydney e Adrian, mas Jill, Eddie e a própria Angeline. Essa série é inteligente e bem feita. Ela primeiro caminha para depois correr. Sabe quando tu sente que tudo está em seu devido lugar? Então. 

A trama de Bloodlines é extensa, porque não toma apenas um rumo. Richelle-deusa-Mead aponta para várias direções que se entrelaçam na conclusão. É fabuloso!

A serie Bloodlines já tem até o quarto livro lançado na gringa e, sim, já os li e sei o que vai acontecer. *HEHEHEHEEHEH* *HIHIHIHIHIHIHI* *HOHOHOHOHOH* *AIAIAIAIAIAIAI*

"O Feitiço Azul", terceiro livro da série, será lançado no Brasil pela editora Seguinte neste mês de março, provavelmente. Estou ansiosa para continuar escrevendo sobre essa série awesome! 

Espero que vocês corram para ler e acompanhem os surtos na ordem! 

Por nada. 

Super Junior: Singles e SS5

Hey galera! Tudo bem por aí?

Vamos à segunda parte do meu Super Post sobre Super Junior (é tudo Super ♥). No primeiro post, apresentei os integrantes da banda e dei uma prévia sobre as sub-units (as principais), agora indicarei alguns singles e falarei sobre o show deles que teve no Brasil em abril de 2013. Preparados? :)

A primeira música que realmente me sugou para o mundo ELF foi Mr. Simple, depois desse single eles já tinham lançado A-CHA, single de promoção da Repackage do 5º álbum (Mr. Simple). Como não tinha nada novo, voltei no tempo para surtar pelos singles antigos, notem que o visual dos integrantes, especialmente nos vídeos antigos, era uma coisa TENSA (podem rir, eu também me acabo com eles xDD) 

Bonamana

SORRY, SORRY (Pode-se dizer que essa música foi a responsável pelo boom do SJ para além da Ásia, a internet ficou LOTADA do covers de várias partes do mundo!)

Outros singles antigos do Super Junior são It's You, Don't Don, U e Twins... (pense bem antes de clicar nos três últimos. Ah ELFs, não podem me censurar, até a gente se mata de tanto rir deles nesses vídeos!). Excelentes músicas também! (porém a conclusão principal é: ainda bem que o tempo passa LOL)

Sexy, Free & Single foi o primeiro álbum que acompanhei o lançamento depois que me tornei ELF. No dia do lançamento do MV foi uma comoção ENORME pelas interwebs. Esse single é particularmente especial pra mim pois foi o glorioso retorno do Kangin à banda (depois do serviço militar).

Em seguida, tivemos o single SPY, para promoção do álbum repackage. (que eu tenho, é a coisa mais linda!)

Dos singles do Super Junior M, comecei com Super Girl e, apesar de gostar muito de Break Down, meu favorito é Perfection (que também tenho o álbum, versão Repackage).

Observação: é comum encontrar as músicas do Super Junior M também cantadas em coreano. Apesar do objetivo deles ser promover na China (cantando em mandarim), a SM também não perde a oportunidade de lucrar em cima e também lança o mesmo álbum só que em coreano. $M esperta.

Confesso que não sou muito familiarizada com os single do K.R.Y e a minha favorita é SORRY, SORRY, ANSWER, porém não tem como não amar esses três cantando! Deixo a dica do single Promise You (single japonês da banda).

Sobre EunHae, já declarei meu amor para Still You, contudo... não poderia deixar de indicar Oppa Oppa.

A turnê do Super Junior é chamada de Super Show. Ao todo, o Super Show já teve cinco edições, sendo que a 5ª foi a primeira a passar pela América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Peru e, posteriormente, México). Até hoje não esqueço quando anunciaram o SS5 do Brasil (0:24seg), foi muita emoção! 

Depois disso deu-se um tenso corre corre, com nervos à flor da pele, confusão por passagem aérea... mas graças à Deus deu tudo certo para que eu pudesse ir ao show e, acreditem, a ficha só foi cair quando eu saí do Credcard Hall (SP), o show foi surreal do início ao fim! (3h30 de duração, pouco considerando os DOIS DIAS de show que eles fazem na Ásia, mas tudo bem... )

Aliás, os meninos fizeram muito bom proveito do pouco tempo livre em terras tupiniquins, aproveitaram que as fãs estavam acampando na fila e ninguém ia atacá-los ao ar livre LOL

A setlist do show contou com os clássicos singles já citados e algumas performances especiais da turnê, como o cover de How Am I Supposed to Live Without You. E, para a surpresa das ELFs brasileiras, os meninos cantaram Ai Se Eu Te Pego, que foi demais por sinal! Eu odeio a música mas tava lá feliz da vida cantando (ainda mais com o Kyu dançando loucamente), e hoje esse hit vai SEMPRE me lembrar o SS5 rsrs

Eles também mostraram que são garotos aplicados e até falaram (tentaram rsrs) português! Até agora fico de queixo caído com o Kyuhyun, esse homem tem o dom da pronúncia!

Você podem conferir boa parte do SS5 Brasil neste canal do youtube. (créditos à dona do canal)

Super Junior deu um show de carisma e humildade, foi notável como eles ficaram eufóricos no show, era o primeiro contato deles com as fãs brasileiras e vocês sabem como fã brasileiro (latino em geral) é esparrento até a alma LOL Ao final do show, cada um fez um discurso mais lindo que o outro e o mais incrível era que dava pra notar como eles estavam felizes, se bobear mais que a gente! E já estou juntando minhas moedinhas para o Super Show 6!

Repito, quanto mais acompanho o trabalho do Super Junior, mais gosto deles! Existem momentos em que eu fico "como posso gostar disso?!", não me levem a mal ELFs, mas nós sabemos que nossos maridos não batem bem da cabeça, temos twitter, instagram e weibo para provar isso! Mas ainda assim amo esses garotos e acompanho o trabalho deles sem nenhum arrependimento. ELF is Everlasting.

Para finalizar, uma singela performance deles no festival SMTOWN Week que aconteceu final do ano passado (vejam até o final LOL)

Um grande abraço a todos!