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16/01/2014

Deixa Ela Entrar (John Ajvide Lindqvist)


DEIXA_ELA_ENTRAR

Há mais de seis meses vi uma resenha positiva sobre esse livro e desde então ele não saiu da minha cabeça como algo que precisaria ter em mãos para conhecer e experimentar mais da   literatura sueca, que conheço quase nada. Não que tenha lido toda a resenha, já que recentemente tenho optado por me impressionar com cada detalhe do livro, como o nome dos personagens e o básico da sinopse, então nesse caso preferi ignorar os detalhes sobre a obra. Tem me bastado opiniões dizendo apenas se vale ou não a pena a leitura.

Lançado originalmente em 2004 e trazido para o Brasil em 2013, o livro esteticamente é uma delícia. A capa tem um toque aveludado que é de uma simplicidade linda, a segunda capa em vermelho sangue, as divisões em cinco partes feita de forma drástica com folha preta e com ótima diagramação. Sobre o conteúdo tenho diversas ressalvas, mas acabei achando que o desejo do autor foi despertar sentimentos conflitantes no leitor despreparado para seu livro.

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 O livro com a doce companhia de Pedrinho, que não só segura a página pra que eu ~amadora~ consiga tirar a foto, como também embeleza a imagem ainda mais.

Em vários momentos tive de interromper a leitura, dar um tempo, caminhar, beber água, xingar metade ou mais personagens e me perguntar o porquê de estar torcendo pelo vilão, por cada um dos que apareceram ao longo das 500 páginas do livro. O mérito dessa inquietude é a forma como o autor trata de temas como pedofilia, bullying, violência doméstica e assassinato. Um livro de terror mesmo.

A tradução é feita direto do sueco, o que reduz em muito a possibilidade de variação ou perda de valor do texto se tivesse sido traduzida primeiro para o inglês e desse para o português. Essa “maior fidelidade” do livro me faz pensar que os incômodos que tive com o livro foram culpa do autor e não da tradução. O que chamo de incomodo tem mais a ver com a densidade que o autor cria para o livro e a forma crua e dura com que trata desses assuntos.

É extensamente complicado fazer sinopse do livro, porque ele carrega diversas histórias, com diferentes núcleos e pequenos protagonistas em cada um deles. E em cada parte do livro essas diversas tramas vão se desenvolver ao mesmo tempo, contando seus passados e explicando o presente, apenas dividindo essa temporalidade ao longo dos dias 21 de outubro a 13 de novembro de 1981, em um inverno particularmente castigado de Estocolmo. Pode parecer complicado, mas achei encantador o autor trabalhar com tantas histórias e não me deixar confusa ou perdida em momento algum, nem em cada início de paragrafo.

O assunto? O batido e castigado vampirismo. Contado e recontado, abraçando alguns clichês e por vezes caindo naquele chato lugar comum, mas ainda esses ponto negativos não conseguiram me fazer largar o livro.

Vou apenas citar os dois personagens que, pra mim, são o carro chefe: Oskar, o garoto deslocado, superprotegido e que sofre bullying de forma violenta na escola, guarda desejo de vingança contra os que o maltratam mas mesmo assim tem um bom coração; e Eli, a pequena garota que se muda para o conjunto de apartamentos no pobre subúrbio da cidade e foi ser vizinha de Oskar, dividindo uma amizade através da parede do quarto, com uso de código morse. Enquanto isso várias mortes estão acontecendo na cidade, um assassino ritual tira todo o sangue de suas vitimas e Eli vai visitar Oskar todas as noite, mas da janela pede que ele diga que ela pode entrar.

Um livro forte, que me deixou em conflito, como todo bom terror deve ser.



8 comentários:

  1. Nossa, Lilian, que tenso!!!
    Acho que nunca li nada sueco, nem mesmo a prestigiada série Millennium, mas fiquei super curiosa com esse livro.
    No entanto, preciso estar muito feliz para lê-lo. Sou muito viada e esses livros mexem de verdade comigo, ainda mais quando tem criança no meio.
    Enfim, me coloque na fila de empréstimo.

    Beijos!

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    1. Fernanda,

      Anotada na fila de empréstimo o/ acho que, apesar de tudo, vais gostar :) é forte, mas é de um jeito que nao dá pra largar (diferente de como parece ser Fome o.O)

      Um bjo.

      Lilian

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  2. O filme sueco é sensacional e me querer ler o livro. Imagino que deva ser perturbador mesmo, ainda mais com a revelação no final. Quero muito lê-lo!

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    1. Tenho vontade de assistir a versão sueca e a norte americana, mas sou muito fraca pra filmes de coisas fortes assim :x geralmente não me abalo tanto com livros, mas qualquer coisa me faz ficar mal com filme...

      Se quiser empresto xD (logo depois da Fernanda rsrs)

      Beijos

      Lilian

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  3. Gosto de literatura sueca e essa 'densidade' é característica deles mesmo. Já leu algum livro da Camilla Läckberg? Ela é a escritora sueca mais simples de todos eles na minha opinião hahaha Gosto muito. Os livros dela fluem super bem!

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    1. Olá :)

      Nunca li nada da autora, mas já estou buscando no skoob para marcar como desejado. Boas indicações são sempre bem vindas. Tá anotadíssimo.

      Obrigada pela visita e pela colaboração para aumentar minha biblioteca rsrs

      Lilian

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  4. Também estou começando a achar que essa densidade é comum na literatura sueca, muitos dos pontos expostos na resenha me fizeram lembrar da série Millennium.
    No momento não estou muito numa vibe para livros desse tipo, mas a dica etsá anotada ^^
    A edição é muito bonita mesmo!
    ótima resenha Lílian =D

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    1. Obrigada Jubs,

      achei a edição lindíssima mesmo!
      Não deixa de conferir o livro, quando quiser conhecer uns vampiros de dar medo ^^ Eu, por minha vez, tô tomando coragem para a série Millennium.

      Beijos :*

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